JMJ: ser testemunha de Cristo rumo à Jornada de Lisboa em 2023

Rui Saraiva – Portugal

A organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2023 anunciou na segunda-feira, dia 4 de outubro, que a edição de Lisboa, em Portugal, será de 1 a 6 de agosto de 2023. Uma informação sobre a qual D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, declarou a sua alegria, sublinhando a importância deste anúncio ser feito no dia de S. Francisco de Assis.

Na organização do grande evento estão já envolvidos mais de 400 voluntários no Comité Organizador Local (COL) e em cada uma das 21 dioceses de Portugal existem também já Comités Organizadores Diocesanos (COD) que dinamizam no seu território o caminho de preparação para o evento.

Até à data da JMJ 2023 os símbolos peregrinam pelas dioceses de Portugal de novembro 2021 a julho 2023. A cruz peregrina e o ícone mariano são companhia dos jovens portugueses.

Rumo à JMJ 2023 de Lisboa

 

Na sua Mensagem para a XXXVI Jornada Mundial da Juventude do próximo mês de novembro, vivida em modo diocesano, o Santo Padre lembra a JMJ 2023 e lança aos jovens um repto dos Atos dos Apóstolos: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!”

O Papa assinala no início da sua Mensagem a importância de “continuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos conduz rumo à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023” – diz. Francisco recorda as dificuldades da pandemia e as consequências sociais da covid-19, como o “desemprego”, a “depressão”, a “solidão”, os “vícios” e mesmo o “aumento da violência”. Mas há esperança na juventude assinala o Papa:

“Quando cai um jovem, de certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!” – frisa o Santo Padre.

O encontro de Saulo com Cristo

 

“O versículo que serve de inspiração ao tema da Jornada Mundial da Juventude de 2021 encontra-se no testemunho de Saulo diante do rei Agripa, no tempo em que estava detido na prisão” – escreve Francisco. 

“O Apóstolo conta a sua história e o episódio fundamental do seu encontro com Cristo. Saulo confessa que, no passado, perseguira os cristãos, até que um dia, quando ia a Damasco para prender alguns deles, uma luz «mais brilhante do que o Sol» o envolveu, a ele e aos seus companheiros de viagem (cf. At 26, 13), mas só ele ouviu «uma voz»: falou-lhe Jesus, chamando-o pelo nome” – afirma.

O Papa ressalta que Deus chamou Saulo pelo nome. E ele reconhece que “é testemunha duma manifestação divina”. Algo que lhe muda a vida e inspira uma pergunta: “Quem és tu, Senhor?”

Para Francisco “só muda a vida um encontro pessoal”. No caso de Saulo, a sua pergunta provoca comunicação e gera uma resposta: “Eu sou Jesus a quem tu persegues!”.

Pela perseguição que o próprio Saulo movia aos cristãos, ele passou a conhecer Jesus nas atitudes dos cristãos. Eles respondiam “ao mal com o bem, ao ódio com o amor, aceitando as injustiças, as violências, as calúnias e as perseguições suportadas pelo nome de Cristo” – escreve o Santo Padre.

Reconhecer a própria cegueira

 

Tal como no caso de Saulo “para Deus, não há pessoa que seja irrecuperável” – assinala o Papa. “Através do encontro pessoal com Ele, é sempre possível recomeçar. Nenhum jovem está fora do alcance da graça e da misericórdia de Deus” – afirma Francisco.

O Papa na sua mensagem recorda que Saulo pelas suas atitudes estava “de certo modo cheio de si” e considerava-se “grande pela sua integridade moral, o seu zelo, as suas origens, a sua cultura. Seguramente estava convencido da justeza da sua posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é ‘lançado por terra’ e fica cego” – lembra o Santo Padre.

“De repente, descobre que não é capaz, física e espiritualmente, de ver”. Nas palavras do Papa, Saulo “descobre-se perdido” e “frágil”. Encontra a “humildade” que é a “consciência da própria limitação”. Reconhece a sua própria cegueira.

“Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo” – avisa o Papa.

De Saulo a Paulo, que significa pequeno

 

“Tendo ficado cego, Saulo perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu” – escreve o Papa que salienta este facto como um “paradoxo”. “Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…” – declara.

“Depois da fulguração na estrada de Damasco, Saulo preferirá ser chamado Paulo, que significa ‘pequeno’” – lembra Francisco sublinhando que isso não se trata de um pseudónimo, mas o facto de que “o encontro com Cristo fê-lo sentir-se verdadeiramente assim, derrubando o muro que o impedia de se conhecer com toda a verdade”.

Para o Papa “a conversão de Paulo não é um voltar para trás, mas abrir-se para uma perspetiva totalmente nova. Com efeito, ele continua o caminho para Damasco, mas já não é o mesmo de antes; é uma pessoa diversa” – diz Francisco.

Levanta-te e testemunha!

 

Na sua mensagem o Papa exorta os jovens a não serem “instrumentos de violência e destruição” na vida dos outros. Em particular, a não fazerem um mau uso dos “meios digitais” onde alguns “encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para espalhar venenos e demolir os seus adversários”.

“O discípulo de Cristo é chamado a ser luz do mundo” – diz o Santo Padre pedindo aos jovens para abraçarem “a vida nova que nos é dada no Batismo”, no qual recebemos também “uma missão do Senhor: ‘Serás minha testemunha’.”

Esta “é uma missão que pede a nossa dedicação e faz mudar a vida” – escreve o Papa convidando os jovens a levantarem-se e a testemunharem a sua fé celebrando nas suas dioceses a Jornada Mundial da Juventude neste ano 2021 no dia 21 de novembro, Solenidade de Cristo Rei.

Destacamos aqui uma das preces do Papa Francisco: “Levanta-te e testemunha que as existências fracassadas podem ser reconstruídas, as pessoas já mortas no espírito podem ressuscitar, as pessoas escravizadas podem voltar a ser livres, os corações oprimidos pela tristeza podem reencontrar a esperança”.

“Abramo-nos às surpresas de Deus, que quer fazer resplandecer a sua luz sobre o nosso caminho” – escreve o Papa Francisco na sua mensagem para a Jornada Mundial da Juventude de 2021.

Laudetur Iesus Christus


 
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